domingo, 22 de novembro de 2009

Uma experiência generosamente bela e compartilhada


"Existem mais mistérios entre o Céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia...". Ao assistir o depoimento da Dra Jill Bolte Taylor a respeito de sua experiência acerca de um AVC que sofrera há alguns anos, me veio à cabeça a famosa frase de William Shakespeare.
No entanto, pensando pouco melhor, percebi que a tal frase não tem relação alguma com o caso, já que trata-se de uma questão absolutamente individual, de dentro pra dentro, e que nada tem a ver com o Céu ou a Terra e sim, um mistério que antecede a estes mistérios.


É assutador pensar na complexidade do nosso organismo e suas peculiaridades.

E o nosso cérebro, o nosso processador?



É fascinante constatar a capacidade do homem em desvendar enígmas sobre sua própria existência.

Perca 20 minutos vendo isto e perceba o que ganhou ao invés de perder clicando aqui

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

This is it !!!


Se vc não viu ainda, vá ver. Trata-se de uma aula do que é ser um profissional comprometido com a sua arte. As inevitáveis lágrimas escorreram algumas vezes em que bateu a saudade daquele que sempre foi umas das maiores referências da música e do entretenimento.
Eu não imaginava o tamanho do que seria a tour "This is It". Realmente o maior espetáculo de todos os tempos estava PRONTO (sim, fazendo analogia ao que dizia Hamlet). Os que o invejavam devem ter dado graças ao fato de não ter sequer estreiado. 
Lamentavelmente ficamos apenas com algumas bidimensionais imagens de um sonho de perfeição.
Enfim, ficou provado que o cara ainda tinha muito pra dar e que, sobretudo, estava muito longe do fim. Não sei se isso me deixa feliz ou mais triste ainda.
Vejam e aprendam um pouco mais do que é arte.

                                                 É isso aí!

domingo, 1 de novembro de 2009

Dias importantemente emocionantes.


De volta à São Paulo, com certa tristeza após ter passado dias lindos numa cidade onde a generosidade e a gentileza não são apenas prerrogativas de um povo docemente delicado. Lá não se ouve buzina de automóveis, pessoas xingando no trânsito ou o infernal barulho das desrespeitosas motocicletas que somos obrigados a conviver por aqui.
No supermercado, na farmácia, em qualquer lugar, as pessoas sorriem cordialmente na intenção de tratar a todos com o máximo da boa vontade e prestatividade.
Trata-se do mais Belo Horizonte.
Isso posto, falando do que mais me interessa, a música escorre por todos os poros daquela cidade. 
Nós tocamos em 2 lugares muito bacanas, no "Café da Travessa" no dia 29 e no "Capim Limão" no dia 30. Nos dois dias, ambos os lugares estavam lotados, não havia onde acomodar mais ninguém... Mais uma vez, o povo mineiro muito me impressionou: ninguém deu um "pio" sequer. O show foi lindo e todos ouviram no mais respeitoso silêncio. Incrível...
No primeiro dia eu fiquei muito nervoso, como nunca ficara em toda vida... Também, imagine ser anunciado por Toninho Horta para assumir o palco no meio de um show dele. Quem é esse cara? Que que ele tem a ver com isso tudo? Tirando o fato de eu ser coincidentemente filho da cantora a quem ele maravilhosamente acompanhava naquela noite, com seus indefectíveis acordes; tratava-se apenas de um louco pela música mineira e que teve a cara de pau de assumir este risco... 
Não foi muito bom, na minha opinião... Eu estava muito apreensivo... Afinal, foram semanas de espera, de expectativa, de ansiedade, entretanto, chegara o momento de encarar e fui...

Já no segundo dia, me sentia totalmente em casa... Foi ótimo...
Até toquei de improviso uma música dos Beatles, "Blackbird" por considerá-la uma canção "quase mineira". 

Tive a chance de encontrar uma cantora sensacional, cujo trabalho eu havia conhecido no dia em que fazia as malas para minha viagem às Minas Gerais. Falo de Carla Villar, que recentemente gravou um lindo disco com canções do Toninho. Dona de uma voz deliciosa, posso aplicar o mesmo adjetivo à sua pessoa. Logo trocamos um abraço e, em seguida fomos ao palco pra "brincar" um pouco. Muito bacana!!!

Carla Villar e Toninho Horta


Espero estar de volta muito em breve pra "ganhar" um pouco mais da energia desse lugar tão especial que é Belo Horizonte.




segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Show com Toninho Horta em BH


Mal posso esperar. Minha mãe, a cantora Alaíde Costa, vai fazer um show com o Toninho Horta em Belo Horizonte na semana que vem e participarei tocando violão... Tenho estudado muito a bela e complicada harmonia mineira pra que eu possa representar o melhor possível. Usarei um violão Novaes afinado em barítono, no modo de Pat Metheny, descoberta do meu grande amigo David Maia um dos mais sensíveis e talentosos musicos que conheço. Pretendo tocar "Beijo Partido", uma das minhas músicas favoritas; que aliás já gravei com a Grooveria"Céu de Brasilia", "Aqui Oh" e por aí vai... Tô bem ansioso....

Esse encontro com a Alaíde é um desejo antigo do Toninho
Tomara que isso os encoraje a fazer um disco juntos...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Morten Lauridsen

É muito difícil descrever sentimentos, sobretudo qdo se trata de sensações inesperadas, daquelas que despertam o que há de mais puro que ainda resta em nossos corações.
Meu amigo/irmão Gabriel Santiago motivo de muito orgulho, me mandou uma música por e-mail sugerindo que eu a ouvisse com calma atenção.
Como de praxe, vesti gentilmente meus fones de ouvido e iniciei a audição com certa ansiedade, já que eu não fazia a menor idéia do que se tratava, apenas que o arquivo tinha a seguinte nomenclatura: Lauridsen_ Lux Æterna - O Nata Lux.

Aquilo me tocou de sobremaneira... 
Impressionante a beleza harmônica que se desenha ao confortar a doce melodia da bela peça de Morten Lauridsen.
















Se existe o "além", o "paraiso", o "Éden", certamente se toca esse tipo de música por lá.


...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Gravando com George Benson

Tudo começou numa fria manhã de domingo. Eu obviamente estava dormindo, ainda no terceiro sono, após tocar a madrugada toda com minha banda na época, a Grooveria Eletroacústica. Alguém, que provavelmente seria um mala sem alça, me liga às 9h da manhã. Pronto pra xingar muito seja lá quem fosse, eu atendi. Do outro lado, uma voz tranquila, com um pesado sotaque mineiro anuncia: - "Desculpe a hora, Marcelão, imagino que vc estivesse dormindo...". Era o Toninho Horta, meu grande ídolo, meu grande amigo.
Pra resumir, o cara me ligou pra pedir um favorzinho... na verdade não era bem um favor e sim, uma oferta de trabalho.
O George Benson esteve nas Minas Gerais e conheceu o Toninho. Nem precisa dizer o que aconteceu, né? Se apaixonou de cara pelo jeito do mineirinho tocar violão.

O "negão" sugeriu que ele juntasse alguns músicos num estúdio qualquer em São Paulo para fazer uns "experimentos", coisa que ele sempre desejou, desde seus primeiros contatos com a música brasileira.
Como o Toninho estava indo pra Itália, ele pediu para que eu fizesse toda a produção executiva do projeto.
Que coisa mais desagradável...
É claro que eu não consegui mais dormir.

Eu precisava contratar 3 pianistas, 2 baixistas, um percussionista, 2 bateristas, um engenheiro de som, estúdio...
Foi muito chato ligar pro Bruno Cardozo, pro Pépe, pro Willian Magalhães, pro Arthur Maia, pro Arismar, pro Edu Martins, pro Cuca, pro Maguinho, pro Robertinho Silva, pro Guilherme Canaes e dizer: "Escuta, vc tá afins de gravar com o George Benson?". Demorei certo tempo pra convence-los de que não se tratava de piada ou algo que o valha.
Uma semana depois estavamos num estúdio, gravando com o George Benson e Toninho Horta.

Não poderia haver honra maior.

Enfim, gravamos algumas faixas, inclusive eu acabei gravando um violão em uma delas a convite do GB.
Passaram-se quase 4 anos e nada aconteceu com esse material.

coming next ... e aí????

Reencontro com George Benson

Dia 07/08 de junho George Benson na Via Funchal.
Uhuuuuuu. Finalmente vou reencontrar o cara.
Será que ele vai lembrar de mim?
Não só lembrou como pediu pra que seu amigo Forest Sprague me ligasse me convidando prum jantar.
Inacreditado, fui voando, com os batimentos cardíacos obviamente alterados.
No jantar conversamos bastante, rimos, lembramos das gravações.
Ao pé do ouvido, o George disse: - "Depois do jantar, eu quero te mostrar uma coisa, uma surpresa".
Putz, o que seria???
"Vc tá de carro aí?" - ele indagou.
Sem acreditar que o George Benson estava me pedindo carona, levantamos e fomos pro hotel.

No dia seguinte passeando por São Paulo

A surpresa era: EU ESTAVA NO DISCO DO CARA. ELE HAVIA INCLUIDO A MÚSICA QUE GRAVEI EM SEU ÚLTIMO ÁLBUM... A música que fecha o disco, um dos maiores hits dos anos 80, "Sailing" de Christopher Cross.
Ele me mostrou faixa por faixa do que viria a ser seu novo CD.
Sonho? Por horas pareceu que fosse... Ainda parece.

A primeira audição do CD que nem tava pronto ainda. Emocionante?

Instrumentos roubados

Eu recebo com muita frequencia um numero assustador de e-mails vindos de colegas músicos, geralmente em total desespero, que tentam assim, espalhar a notícia de que seus instrumentos foram roubados.
Um caso que tornou-se público, foi a roubo do caminhão contendo todo o equipamento da gig da Rita Lee. Por incrível que pareça, encontrei o Beto Lee num grupo de orações espiritualistas do qual faço parte há anos. Ele foi até lá apenas para agradecer o fato de ter recuperado suas guitarras.
Fiquei feliz em testemunhar a emoção e felicidade do cara....
Outros não tiveram a mesma sorte... Talvez a maioria.
Chico Wilcox, Arismar do Espírito Santo, Toninho Horta, Cuca Teixeira o Tico do Quasímodo e muitos outros colegas sofreram dessa terrível experiência.
Pra quem não sabe, perder um instrumento é bem parecido com a morte do seu cachorro ou de alguém querido. Não dá pra substituir. Não é igual um carro que vc simplesmente compra outro... cada instrumento é único, tem suas particularidades e que, eu arriscaria a dizer, com o tempo torna-se parte do corpo, da alma.
Devemos cuidá-los como a um filho e, mesmo assim, todo cuidado ainda será pouco.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A minha estória

Desde que me conheço por gente, eu já sabia que iria trabalhar, de uma forma ou de outra, com a música.
Minha mãe, a cantora Alaíde Costa e meu pai, o jornalista e locutor Mario Lima, passaram suas vidas entrando e saindo do lugar que, pra eles e consequentemente pra mim, tornou-se naturalmente o nosso habitat: o estúdio.
Tive a sorte e o privilégio de começar minhas experiências profissionais no “ambiente sagrado” com a luxuosa e indefectível supervisão do grande pianista e arranjador César Camargo Mariano. Ele tinha uma produtora de jingles chamada Digital Estudio onde que comecei a aprender e me apaixonar por esse fascinante mercado da publicidade.


Resolvi então estudar Publicidade e Propaganda na Faap. Ao mesmo tempo, eu tocava guitarra e cantava numa banda chamada Suite Combo, cujos integrantes Wilson Simoninha e João Marcello Bôscolli, ainda "não famosos", me mostraram que “tocar por aí” talvez seja a mais importante das escolas.
Os anos foram passando e eu, na pretensão de me sentir mais seguro, comecei a trabalhar com outras coisas também. Descobri o mundo dos eventos. Trabalhei 5 anos no GP Brasil de Fórmula1, 2 anos na Fórmula Indy, dentre dezenas de outros. Porém, antes já havia trabalhado em lojas de instrumentos musicas como a saudosa Gang e a tradicional Casas Manon.
Algum tempo depois, fui convidado pra integrar o casting de produtores da Sam Studio, onde produzi a maioria das peças publicitárias do meu portifólio, como exemplo, Supermercados, Net TV, Pão de Açucar... obs: clicando neles vc poderá ouvir as trilhas.

No teatro, participei do espetáculo "Hamlet", numa montagem de Ulisses Cruz a convite de Eduardo Queirós, um dos maiores produtores musicais dos quais já trabalhei.Tínhamos um quarteto que interpretava todas as intervenções musicais ao vivo durante o espetáculo. Quem viu, se apaixonou. Era realmente inebriante.


Na TV, fui diretor musical de um programa do Disney Channel chamado Zapping Zone, onde fiquei por dois anos.

Na mesma época e com muita honra, fui convidado por Tuto Ferraz -
baterista, produtor musical e velho amigo da adolescência, pra integrar o projeto Grooveria Eletroacústica, onde permaneci por 8 anos.
Em 2008 gravamos um DVD ao vivo no Na Mata Café com participação de Seu Jorge, Max de Castro, Simoninha....


Nesse mesmo período, fundei a Limagroup Arte & Comunicação.
Além da criação de peças publicitárias e outros eventos,realizamos alguns projetos fonográficos, como a produção artística do CD "Vibe" de Vanessa Falabella,
o CD Hyatt Bossa Lounge; um projeto exclusivo pro hotel- vc pode ouvir algumas faixas do projeto clicando aqui - e a produção executiva do maravilhoso projeto de George Benson com Toninho Horta.




Mesmo que não tenha havido continuidade, o encontro acabou se integrando ao novo disco do Benson chamado "Songs and Stories", e mais do que isso, nós abrimos o CD com a faixa "Don´t Let Me Be Lonely Tonight" de James Taylor e fechamos com “Sailing” de Christopher Cross, cuja faixa é o resultado de um grande sonho: trabalhar com o mestre . E lá estou eu, tocando violão...

A estória poderia acabar aqui, mas há muito mais o que fazer...


Que saudade dos idos tempos do Free Jazz!

Que saudade!!! Muitas das boas coisas que aconteceram na minha vida, me remetem ao dias de Free Jazz. Uma delas, é o fato de eu ter me obrigado a me esforçar a aprender inglês. Lembro-me perfeitamente do dia em que eu e meu grande amigo Tomati nos encontramos com Pat Metheny num dos corredores do velho Anhembi, local que abrigou as primeiras edições do festival. Estava ali, na frente do meu ídolo, cheio de perguntas pra fazer e nada saía. A partir desse dia, passei a entender que eu realmente precisava falar a lingua universal. E não foi nada difícil... Alguns anos depois, eu encontrei o Pat no Palace e trocamos muitas idéias.


Na próxima tour da banda, eu acabei fazendo parte da produção do show e fiquei amigo dos caras da banda. Eu até os levei pra passear na Teodoro Sampaio com minha querida amiga Letícia Moreira. Foi inesquecívelmente sensacional...

Paul Wertico, Marcelo Lima, David Blamires e Armando Marçal.

O mesmo festival me deu a chance de ver e conhecer grandes músicos, grandes caras.


Herbie Hancock



Marcus Miller, que aliás é o produtor do último CD do Benson


Alex Acuña