segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Show com Toninho Horta em BH


Mal posso esperar. Minha mãe, a cantora Alaíde Costa, vai fazer um show com o Toninho Horta em Belo Horizonte na semana que vem e participarei tocando violão... Tenho estudado muito a bela e complicada harmonia mineira pra que eu possa representar o melhor possível. Usarei um violão Novaes afinado em barítono, no modo de Pat Metheny, descoberta do meu grande amigo David Maia um dos mais sensíveis e talentosos musicos que conheço. Pretendo tocar "Beijo Partido", uma das minhas músicas favoritas; que aliás já gravei com a Grooveria"Céu de Brasilia", "Aqui Oh" e por aí vai... Tô bem ansioso....

Esse encontro com a Alaíde é um desejo antigo do Toninho
Tomara que isso os encoraje a fazer um disco juntos...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Morten Lauridsen

É muito difícil descrever sentimentos, sobretudo qdo se trata de sensações inesperadas, daquelas que despertam o que há de mais puro que ainda resta em nossos corações.
Meu amigo/irmão Gabriel Santiago motivo de muito orgulho, me mandou uma música por e-mail sugerindo que eu a ouvisse com calma atenção.
Como de praxe, vesti gentilmente meus fones de ouvido e iniciei a audição com certa ansiedade, já que eu não fazia a menor idéia do que se tratava, apenas que o arquivo tinha a seguinte nomenclatura: Lauridsen_ Lux Æterna - O Nata Lux.

Aquilo me tocou de sobremaneira... 
Impressionante a beleza harmônica que se desenha ao confortar a doce melodia da bela peça de Morten Lauridsen.
















Se existe o "além", o "paraiso", o "Éden", certamente se toca esse tipo de música por lá.


...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Gravando com George Benson

Tudo começou numa fria manhã de domingo. Eu obviamente estava dormindo, ainda no terceiro sono, após tocar a madrugada toda com minha banda na época, a Grooveria Eletroacústica. Alguém, que provavelmente seria um mala sem alça, me liga às 9h da manhã. Pronto pra xingar muito seja lá quem fosse, eu atendi. Do outro lado, uma voz tranquila, com um pesado sotaque mineiro anuncia: - "Desculpe a hora, Marcelão, imagino que vc estivesse dormindo...". Era o Toninho Horta, meu grande ídolo, meu grande amigo.
Pra resumir, o cara me ligou pra pedir um favorzinho... na verdade não era bem um favor e sim, uma oferta de trabalho.
O George Benson esteve nas Minas Gerais e conheceu o Toninho. Nem precisa dizer o que aconteceu, né? Se apaixonou de cara pelo jeito do mineirinho tocar violão.

O "negão" sugeriu que ele juntasse alguns músicos num estúdio qualquer em São Paulo para fazer uns "experimentos", coisa que ele sempre desejou, desde seus primeiros contatos com a música brasileira.
Como o Toninho estava indo pra Itália, ele pediu para que eu fizesse toda a produção executiva do projeto.
Que coisa mais desagradável...
É claro que eu não consegui mais dormir.

Eu precisava contratar 3 pianistas, 2 baixistas, um percussionista, 2 bateristas, um engenheiro de som, estúdio...
Foi muito chato ligar pro Bruno Cardozo, pro Pépe, pro Willian Magalhães, pro Arthur Maia, pro Arismar, pro Edu Martins, pro Cuca, pro Maguinho, pro Robertinho Silva, pro Guilherme Canaes e dizer: "Escuta, vc tá afins de gravar com o George Benson?". Demorei certo tempo pra convence-los de que não se tratava de piada ou algo que o valha.
Uma semana depois estavamos num estúdio, gravando com o George Benson e Toninho Horta.

Não poderia haver honra maior.

Enfim, gravamos algumas faixas, inclusive eu acabei gravando um violão em uma delas a convite do GB.
Passaram-se quase 4 anos e nada aconteceu com esse material.

coming next ... e aí????

Reencontro com George Benson

Dia 07/08 de junho George Benson na Via Funchal.
Uhuuuuuu. Finalmente vou reencontrar o cara.
Será que ele vai lembrar de mim?
Não só lembrou como pediu pra que seu amigo Forest Sprague me ligasse me convidando prum jantar.
Inacreditado, fui voando, com os batimentos cardíacos obviamente alterados.
No jantar conversamos bastante, rimos, lembramos das gravações.
Ao pé do ouvido, o George disse: - "Depois do jantar, eu quero te mostrar uma coisa, uma surpresa".
Putz, o que seria???
"Vc tá de carro aí?" - ele indagou.
Sem acreditar que o George Benson estava me pedindo carona, levantamos e fomos pro hotel.

No dia seguinte passeando por São Paulo

A surpresa era: EU ESTAVA NO DISCO DO CARA. ELE HAVIA INCLUIDO A MÚSICA QUE GRAVEI EM SEU ÚLTIMO ÁLBUM... A música que fecha o disco, um dos maiores hits dos anos 80, "Sailing" de Christopher Cross.
Ele me mostrou faixa por faixa do que viria a ser seu novo CD.
Sonho? Por horas pareceu que fosse... Ainda parece.

A primeira audição do CD que nem tava pronto ainda. Emocionante?

Instrumentos roubados

Eu recebo com muita frequencia um numero assustador de e-mails vindos de colegas músicos, geralmente em total desespero, que tentam assim, espalhar a notícia de que seus instrumentos foram roubados.
Um caso que tornou-se público, foi a roubo do caminhão contendo todo o equipamento da gig da Rita Lee. Por incrível que pareça, encontrei o Beto Lee num grupo de orações espiritualistas do qual faço parte há anos. Ele foi até lá apenas para agradecer o fato de ter recuperado suas guitarras.
Fiquei feliz em testemunhar a emoção e felicidade do cara....
Outros não tiveram a mesma sorte... Talvez a maioria.
Chico Wilcox, Arismar do Espírito Santo, Toninho Horta, Cuca Teixeira o Tico do Quasímodo e muitos outros colegas sofreram dessa terrível experiência.
Pra quem não sabe, perder um instrumento é bem parecido com a morte do seu cachorro ou de alguém querido. Não dá pra substituir. Não é igual um carro que vc simplesmente compra outro... cada instrumento é único, tem suas particularidades e que, eu arriscaria a dizer, com o tempo torna-se parte do corpo, da alma.
Devemos cuidá-los como a um filho e, mesmo assim, todo cuidado ainda será pouco.