terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pat Metheny Orchestrion

Ainda não consegui sacar se o Pat pirou de vez, ou se ele está trazendo algo jamais visto e que irá positivamente surpreender a todos. O fato é que, avaliando o teaser do Orchestrion, certa tristeza ou melancolia abateu-se sobre mim ao imaginar que ele, a partir de agora, dividirá o palco com máquinas e robôs, os quais executam o que lhes é préviamente "determinado". 
Onde está a graça disto? 
Só quem for porderá nos dizer. 
Como tenho alguns amigos que já estão com seus ingressos comprados - incluindo eu mesmo (graças ao meu irmão Gabriel Santiago)- com ansiedade, aguardaremos pela resposta que certamente virá.
Agora, coitado do roadie que irá montar e desmontar essa traquitana mundo afora... Nem posso pensar...
















O que será que o impulsionou a levar adiante tamanha "maluquice"?
Quais foram realmente as questões que lhe passaram à cabeça?
Pensando friamente, me pergunto: É mais legal tocar com um robô do que com Lyle Mays?
Será uma questão meramente financeira? 

Contudo, assistindo ao vídeo, percebesse que, apesar da eminete piração, Pat sempre será Pat e ponto final.


Veja o que Pat Metheny diz sobre o assunto: clique aqui

4 comentários:

  1. Meu email agora é marcelolimagroup@gmail.com. Vc pode postar seu comentário pra mim lá. Muita gente está reclamando que não consegue por aqui.

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  2. Com todo o respeito que o mestre Pat merece..achei uma grande bobagem..se o som dos intrumentos é natural mas todos os acordes notas, beats, etc. são pré-programados. Acho que seria muito mais interessante, intimista e insólito ele fazer o show com um IPOD...Keep it simple and allways less is more..para piorar ainda tirou o trampo de músicos maravilhosos...

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  3. RESPOSTA DO MEU AMIGO BRUNO BONA:

    Desculpe, Marcelo, mas você está sendo preconceituoso nos seus comentários.

    Achei totalmente coerente a história de vida e o discurso que levaram o Pat a este resultado. E acho que o pouco que deu para ouvir no filme é muito musical.

    Todo trabalho artístico implica em “se atirar no precipício” sem saber “como” ou “se” se vai aterrissar. A busca do risco, da surpresa, a descoberta de novas fronteiras dentro de si mesmo, de uma nova maneira de ver seu ofício, tudo isso, na minha opinião deveria fazer parte do cotidiano do artista.

    Mas é raro ver alguém da idade do Pat fazer isso. A grande maioria dos artistas que conhecemos ou admiramos chega aos 40 criativamente ‘morta’ ou, na melhor das hipóteses, num patamar de estabilidade (penso aqui especificamente no Niemeyer, que não apresenta nada nvo para seus parâmetros mas mantém o vigor).

    Há exceções: Caetano Veloso, Tom Zé, Picasso, Miles Davis, Herbie Hancock, Beethoven. Mas pense agora quantos artistas da nossa MPB nesta faixa etária que tem feito algo mais que requentar a carreira com velhas fórmulas. Algum deles produziu algo marcante? Algum deles sequer se arriscou?

    Ouso uma análise de que na maioria das vezes é porque a arte que produziram até então foi mais um reflexo do que eles eram do que também de uma inquietude intelectual. Mas isso pode virar um longo debate. A gente que agora está nos 40 começa a perceber como mudamos nesta fase e que há uma predisposição maior de colher os frutos do que de semear...

    Abs,
    Bruno

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  4. Muito bom, Brunão.
    Adorei, sensacional...

    Então, replicando: não se trata de preconceito, cara. Posso até ter me expressado de forma que o evidencie. Apenas AINDA - porque como eu mesmo disse, pode ser que eu "queime a língua"- não consegui imaginar um concerto inteiro com aquelas traquitanas malucas e interessantíssimas, porém, não interagentes com o público. E é tanta coisa mecânica que a margem de erro torna-se absurdamente grande. Isso me dá arrepios só de pensar, rs.
    Pra mim apenas soa estranho... mas, de forma alguma, é uma visão "pré-conceituosa"; e sim uma "pré-visão" - até pessimista, concordo.
    Contudo, vc sabe que sou talvez, um dos maiores apaixonados fans desse cara e torço muito pra que seja maravilhoso como tudo o que ele vem fazendo ao longo de sua brilhante carreira.
    Por fim, vamos esperar pra ver. Afinal, como vc bem disse, todo trabalho artístico implica em “se atirar no precipício” sem saber “como” ou “se” se vai aterrissar.
    Portanto, esperemos um pouso suave e tranquilo, onde todos os tripulantes e passageiros desta incrível viagem estejam inebriantemente felizes no final, apesar de todas as manobras radicais do "piloto maluco" que os conduz.

    um grande abraço,
    muito obrigado pela bela resposta
    Marcelo

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